Adeus, Lenin!

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A história gira em torno de Alex, e seu amor incondicional por sua mãe, uma aficcionada socialista da Alemanha Oriental. Tudo começa quando ela tem um ataque cardíaco e fica em coma, e só vem a acordar 8 meses depois, quando a o muro de Berlim já caiu, as Alemanhas já estão reunificadas, já ganhou a copa do mundo, e o capitalismo e as multinacionas já estão presentes no cotidiano da cidade. Para evitar então o choque que seria tudo isso pra sua mãe e, por consequência, um novo ataque cardíaco, o filho tenta fazer de tudo para instalar a antiga e socialista Alemanha ao seu mundo. E é a partir disso que se desenrola todo a inteligência de "Adeus, Lenin"!

Com a ajuda da família e de uns amigos, Alex traz pra mãe o mundo socialista de volta, desde o picles que ela comia, até criando um telejornal fictício pra explicar certos acontecimentos, como quando ela vê uma enorme bandeira da Coca-Cola em prédio pela sua janela. Em um outro momento, por exemplo, em que ele leva até o quarto dela seus antigos alunos para cantar no dia do seu aniversário algumas canções socialistas.

Essa vontade a todo instante de fazer com que a mãe se sinta bem, além de ser altamente divertido, sobretudo emociona, e faz com que você torça para que tudo dê mesmo certo para o socialismo. Não pela causa socialista em si, longe disso, o filme em nenhum momento faz esse tipo de apologia, apenas pela grande demonstração de amor de um filho pela mãe. 

Embora seja um filme com um tom leve e descontraído, a história não deixa de fazer uma crítica no mesmo tom e de provocar questionamentos, suavemente presentes. É válido ressaltar a crítica que o filme faz à manipulação de uma realidade. Antes ou depois da doença, a mãe não é capaz de enxergar a verdade dos fatos, tanto pelo próprio governo socialista, quanto pelo jogo feito pelo filho. 

Ainda que a crítica esteja presente, o grande propósito de "Adeus Lenin" é retratar uma lição de amor,  é mostrar o que um filho pode ser capaz de fazer por sua mãe. O resultado é a criação de um novo mundo, sustentado das maneiras mais divertidas e emocionantes possíveis! 


Adeus, Lenin! (Goodbye, Lenin!, de Wolfganger Becker, Alemanha, 2003) | 8,5
Com: Katrin Sab, Chulpan Khamatova, Florian Lukas, Alexander Beyer, Burghart Klaubner, Michael Gwisdek.

4 comentários:

  1. Acho um filme bem bacana, e estou querendo rever. Lembro de que o que mais me marcou foi a extraordinária trilha de Yann Tiersen, certamente uma das mais belas que já escutei. Mas a ideia é bem interessante também, como você aponta, servindo muito bem para envolver uma verdadeira história de amor.

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  2. Gosto bastante desse filme, inusitado, bem realizado. Aquela cena do painel da Coca-Cola é muito significativo. Tem toda razão quando diz que é divertido, mas com temas sérios.

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  3. Uma das coisas que eu achei interessante são algumas sacadas geniais no filme, também a maneira que a história é levada como você falou, leve.

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  4. Mateus, a trilha é realmente fantástica! E a proposta diferente do filme é executada de maneira extremamente divertida!

    Amanda, As cenas da Coca-cola são as melhores pra mim! Criativo demais!

    Eros, O filme inteiro tem sacadas incríveis, que são colocadas de maneira leve, mas com um fundamento ali.

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