"A vida é bela" mostra a história de Guido, um filho de judeus, que vive na Itália durante a Segunda Guerra mundial, sendo perseguido por nazistas e tendo que fazer com que sua família não sofra durante o período. Guido é o tipo de pai que não hesita em fazer de tudo pelo bem do filho e, com seu filho Josué, faz com que todo o clima de guerra, maus tratos e perseguições sejam apenas uma brincadeira divertida, para que ele não perceba todo o terror e a violência que os cercavam.
Todo o ambiente criado por Benigni (diretor, roteirista e ator do filme) tenta fazer com que o público entre junto no filme, viva com o personagem toda a angústia de tentar fazer com que seu filho seja capaz de acreditar que está apenas se divertindo. E Benigni o faz com toda a leveza que o filme pede que seja tratado, sutilmente vai desencadeando os acontecimentos todos. Tal como Alex faz com sua mãe em "Adeus, Lenin!", Guido tenta construir uma realidade nova a seu filho Josué. E se pode-se considerar que em "Adeus, Lenin!" há o mais puro retrato de amor fraternal, aqui o argumento também é válido.
Vale ressaltar que a tentativa de montar um mundo divertido a Josué em meio a guerra só cabe para a segunda metade do filme, já que durante toda a primeira parte, a intenção é de simplesmente divertir mesmo. E mostrar como um homem sem grandes poderes, mas com muitos sonhos, pode fazer realizar seus desejos apenas com muita criatividade e determinação. A ideia é que todo o perfil do personagem tendencione a conquistar o público, pela arquitetura de humor e surpresas criadas. Tudo isso, para que o público possa aliar o carisma do personagem ao amor de um pai. Para que quando chegue o momento em que Guido precise que os espectadores estejam preocupados e angustiados, eles não tenham mais saída e não deixem de se comoverem pela causa, acabando por torcerem juntos.
"Buon Giorno, Princepesa!" É a eterna lição que o dia deverá sempre começar alegre e descontraído, mesmo com as dificuldades da vida. É a mensagem de que sempre haverá o encanto, sempre haverá uma princesa em sua vida, mesmo que não tenha uma vida de realeza. E sempre haverão charadas a se desvendar e problemas a se resolver e, para isso, o bom-humor e a perspicácia serão da mais alta importância, diariamente.
É o grande mérito do filme, mostrar que há mesmo beleza na vida, por pior que seja. E um pouco de humor e descontração podem ser fundamentais para manter a magia de uma criança e para que se continue a seguir. Mesmo que haja lágrima nos olhos, haverá sempre um sorriso no rosto. Afinal de contas, ainda que tudo pareça estar perdido, "nós ganhamos! 1000 pontos para rir como loucos!"
Com: Roberto Benini, Nicoletta Braschi, Giorgio Cantarini, Giustino Durano.
Filme realmente belíssimo! Preciso revê-lo. Mas, me lembro muito bem sa intensidade que o filme contém. Chega a ser perdoável o fato do longa ter ganhado de "Central do Brasil" no Oscar...
ResponderExcluirSó uma coisa...Não querendo ser chato, mas no texto você colocou sempre Benini. Não seria Benigni? rs
até mais, excelente texto!
[]s
Reveja Alan! Muitos ainda veem o filme com preconceito, justamente por ter "tirado" o Oscar brasileiro. Mas é um filme belíssimo, de uma poesia escondida que é muito marcante pra mim. E obrigado pelo alerta, já corrigi o nome de Benigni. =]
ResponderExcluirObrigado também pelo elogio!
Abs!
O filme é lindo! Uma fantasia cativante e emocionante. Porém, o que me incomoda mais é a manipulação descarada feita no espectador pelo Roberto Benigni!
ResponderExcluirO algoz de Central do Brasil. Conheço uma galera que já montou comunidade no Orkut pedindo para que o filme fosse banido das locadoras nacionais. Porém, é belíssimo. Aliás, a única película realmente digna de nota das que o Benigni dirigiu.
ResponderExcluirCultura na web:
http://culturaexmachina.bogspot.com
ADORO "A Vida é Bela". Inclusive, acho que foi mais merecedor do Oscar do que "Central do Brasil" (o nosso filme deveria ter vencido na categoria de melhor atriz!).
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