Aos poucos, a ideia de oferecer um cinema sensorial vai ganhando forma. No Japão, o conceito dos parques de diversões já será aplicado em grande escala no filme Homem de Ferro 3. Embora tenham outros exemplos ao redor do mundo, inclusive no Brasil, a experiência japonesa promete ir além de simplesmente mexer as cadeiras ou alterar as luzes da sala de projeção. Trata-se da imersão 4DX, também que irá proporcionar à plateia os efeitos de fumaça, variações de umidade e calor, névoa, chuva, rajada de ventos e mais de 100 odores ao longo do filme.
O sistema 4DX já está presente na China, Coreia do Sul, Rússia, México e outros países, e possui a previsão de instalar pelo menos mais 200 salas em 5 anos. Vale lembrar que Avatar também teve um lançamento em salas de "4 dimensões", mas não dá mais para comparar o avanço que a tecnologia conseguiu, a proporção de público atingida e o planejamento para a tecnologia no futuro. Assim, o novo filme de Tony Stark representa um marco para indústria.
A ideia de vender um conceito de experiência em entretenimento é fascinante, principalmente em blockbusters. Se hoje, incluir um 3D é um adjetivo meramente financeiro, já que poucos exemplos realmente agregam ao espectador, a opção de transformar a sala de cinema em um mundo específico flerta com o que o público espera de um filme. É muito cedo para afirmar se a estratégia pode vingar a favor do cinema ou se será novamente um argumento vazio para encher a bilheteria. Como toda iniciativa capaz de gerar lucros, é esperado que muitas produções adotem a tecnologia sem o mínimo a oferecer.
Da mesma forma, virá o debate sobre o que realmente é cinema e o que deve ser encarado como brincadeira, até o momento em se tentará encontrar o equilíbrio ou a junção de uma coisa com a outra. A proposta irá confrontar tradicionalismo e a inovação, com os mais absurdos argumentos de ambos os lados. Se parece inconcebível ver todos os gêneros do cinema incluídos nesse formato, assim também foi com a inclusão do som e do cinema colorido. Atualmente, outros contornos modernos ganham discussões, como o papel do ator nas capturas de movimento ou com a utilização de efeitos visuais na antes "intocável" fotografia (confira o debate pertinente do Hollywoodiano).
O que o cinema 4DX irá representar em alguns anos, não dá pra saber. Dá para imaginar o quanto James Cameron deve estar ansioso para entrar nessa. Ou ainda Steven Spielberg, Robert Zemeckis, os Wachowski e Peter Jackson, que também adoram ir até esse playground. Quem sabe Martin Scorsese não resolva brincar um pouco também, como fez com o 3D em A Invenção de Hugo Cabret. Imagine o que não pode passar na mente de Quentin Tarantino, adicionando um pouco de violência, tiros, sangue e, bem, melhor não imaginar muito. De imediato, confesso que também não me importaria em ver uma disputa entre a Marvel e a DC, fazendo dos 4DX o universo preferido de seus super heróis. Com isso, é bem provável que você não compre mais ingressos, mas passagens para um novo mundo.
Fonte: Design Taxi e iGeekTrooper
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