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16 abril, 2013

Chamada de Emergência - Alô, é do 911?

 __ 911. Qual a sua emergência?

__ Alô? Socorro! Alguém sabotou o filme! Desde o meio! Acho que entraram no escritório atrás do roteiro! Estava indo bem, o início começou promissor, mas então, OMG! Nos ajude, nos ajude! Estava num lugar interessante! Era psicológico! Era inquietante! Tem alguém aqui! Alguém está mexendo em tudo! Está acabando com o thriller!

__ Como é a pessoa senhor??? Quem está destruindo o filme???

__ Não foi a Halle Berry! Não foi! Ela está bem até, contida, tensa, nervosa. O exagero não é culpa dela! Também não foi a Abigail Breslin! A miss sunshine não tem sorrisos dessa vez. Muitos gritos, muita respiração ofegante, chutes, choro, olhar apavorado! Ela também não compromete aqui. Mas nããooo! Só consigo lembrar daquele final. Não! Não! Aquela cara! O que está acontecendo??? Não!!! Que plano é esse???

__ É o final o problema???

__ O final! Aquele final não!!! Não mostrem ele por aí! Alterem no DVD, por favor!!! Façam um remake! Cortem as últimas cenas nos cinemas! Não deixem o filme desse jeito! Por que fizeram isso? Não! Socorro, socorro! 

__ Mas é o único problema? Tem mais coisas acontecendo?

__ Nãããoo! É desde o meio! Alguém mudou tudo aqui! O filme tinha tensão, estava nos prendendo! Ele nos deixou amarrados nas cadeiras! Dava aflição, dava medo! Olhava pro lado, todos travados! Muita angústia! Outros chorando, estavam chorando! Mordiam a boca! Ahh, não!!!

__ O que foi que houve agora??? Fique na linha, não desligue!

__ As coincidências! Tantas coincidências improváveis estão vindo agora! Por que??? Por que??? Não acredito! Elas chegaram aqui! Eles se perderam! Caíram aqui! Socorro! Estão ali agora. No lugar comum! Não sei mais quem é ela! Não sei mais quem é o filme! Está bizarro isso aqui! Acho que são os Jogos Mortais! Não!!! Não deixem...

__ Não desconcentre, não desconcentre!

__ Não!!! Acenderam as luzes... Nããoooooooooooooooooooo!!!

Tu... tu... tu... tu...

__ 911. Qual a sua emergência?


Chamada de Emergência 
(The Call, de Brad Anderson, EUA, 2013)
Com: Halle Berry, Abigail Breslin, Ella Rae Peck.

18 julho, 2012

Crítica: A Era do Gelo 4 (Ice Age 4, 2012)


"A Era do Gelo" surgiu como uma animação que tinha elementos muito característicos em relação às outras produções do gênero. A temática se destacava, por exemplo, mostrando o ambiente da Terra glacial, as mensagens sobre a natureza, o "início" da humanidade e animais extintos. Além disso, contava com um grupo de protagonistas relativamente carismáticos, embora fosse o esquilinho Scrat quem roubasse as cenas sempre que aparecia, tal como os pinguins e o Rei Julien em "Madagascar". Com isso, a produção conseguia fugir do deja vu de "aventuras com animais muito loucos", como "Selvagem", "Os sem florestas", "O bicho vai pegar" et al.

Como seria muito difícil não ceder ao potencial comercial do filme, não demorou para que a Blue Sky logo criasse a franquia. Desde então, as continuações passaram a perder [e muito] o tom. Saíram os humanos da jogada, arrumaram "par românticos", incluíram novos coadjuvantes e derem prosseguimento à evolução do planeta, com o derretimento das geleiras, o surgimento dos dinossauros e agora com a separação da pangeia. Contudo, o roteiro parou no tempo e passou a se contentar com simples aventuras e risadas isoladas.


Dessa vez, o mote está na volta do mamute Manny a sua família, que ficou do outro lado do continente. Perdidos no meio do oceano, o grupo deve aturar a avó de Sid e o bando de piratas de macacos. Assim, "A Era do Gelo 4" garante as mensagens de valores familiares e de amizade, passados por Amora e Ellie (família do Manny), e Diego e Shira (a tigre dente-de-sabre para formar o casal da vez). Também é claro que o filme tem seus momentos engraçados, principalmente com Scrat em busca da sua noz. Mas, de modo geral, o que há é uma postura de episódio, como um desenho clássico que objetiva entreter com situações aleatórias, mesmo que seguindo o título daquele fragmento.

É evidente o esgotamento. Seria mais interessante tentar criar um spin off de Scrat, como o Gato de Botas teve em "Shrek", mas como curtas, como está fazendo "Toy Story", só não dá para ir arrastando desse jeito. Se em "Madagascar" ao menos conseguiu-se um razoável e provável final para a franquia, a sensação que fica é a de que "A Era do Gelo" pretende se tornar um novo "Em Busca do Vale Encantado" e seus 13 filmes de aventuras do Littlefoot. Sabe-se que é tentadora a ideia de reutilizar personagens estabelecidos, cenários prontos, texturas e filtros, mas já passou da hora da Blue Sky saber que existe uma diferença gigantesca entre passar mensagens ambientais e fazer filmes com os conceitos de "sustentabilidade".
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A Era do Gelo 4
(Ice Age: Continental Drift, de Steve Martino e Mike Thurmeier, EUA, 2012)
Com: Aziz Ansari, Joy Behar, Peter Dinklage, Queen Latifah, Denis Leary, John Leguizamo, Jennifer Lopez, Nicki Minaj, Heather Morris, Keke Palmer, Simon Pegg, Ray Romano, Seann William Scott, Patrick Stewart, Wanda Syke.

13 junho, 2012

Infográfico Filmes 2011 - Pipoca com Manteiga

Semana passada anunciei o Aplicativo para smartphones da Nokia, hoje é com grande prazer que apresento o primeiro infográfico realizado pelo Pipoca com Manteiga! Veio com certo atraso, é verdade, mas foi uma experiência que acredito ter resultado em um trabalho muito legal e que pretendo seguir daqui pra frente, com outras temáticas do cinema. O primeiro infográfico é dedicado às produções cinematográficas vistas ano passado pelo blogueiro e que estão listados na página Filmes 2011. São dados como as nacionalidades dos longa-metragens, quais as cotações foram atribuídas, de quais décadas são, quais características de gêneros e mais! Além disso, também aponto outras curiosidades, como quantos filmes foram vistos no cinema, quantas horas de projeção  no total e quantos Oscars os filmes vistos levaram! Espero que gostem do material e que torçam pelos próximos que estão por vir!



03 maio, 2012

Espelho, Espelho Meu (Mirror, Mirror, 2012)

Era uma vez, em uma galáxia não tão tão distante, uma sociedade que tinha um prazer compulsivo por realizar releituras de obras clássicas e já consolidadas de sua história literária.  De tempos em tempos, um forasteiro muito esperto, vindo da região montanhosa de um pequeno, mas nobre vilarejo, conhecido com Los Angeles, tratava de combinar algum material cinematográfico com outros elementos para tentar transformá-lo em ouro. De início, a iniciativa sofria resistência nos outros povos, mas logo o público cedia e decidia ver de perto o resultado daquela alquimia.

Certa vez, alguns feiticeiros decidiram juntar um roteiro conhecido com uma famosa atriz, que não já conseguia emplacar nenhum grande trabalho, mas que ainda mantinha enorme apreço naquele mundo. Para tentar encontrar o elixir dos longos cifrões, acrescentaram um punhado de tecnologia, alteraram algumas propriedades do conto original e torraram mais alguns em busca de uma boa produção.  De lá pra cá, ninguém se lembrava muito bem daquele longa, mas reza a lenda que sete anciões tiveram um sentimento diferente para aquilo tudo. E é essa história que será contada agora:

Dizem que um deles ficou transtornado em ver uma adaptação tão boba, ainda que tivesse a pretensão de apresentar uma perspectiva diferenciada para o grupo de trabalhadores das minas. Parece que o cara não gostou nenhum pouco de ver elementos ainda mais bizarros que o da primeira versão. Quem estava no momento, garante que a cena foi curiosa, já que o amigo dele transbordava felicidade. O que ninguém sabia, era que a alegria era pelo filme finalmente ter acabado. Mais de uma hora de exibição havia sido demais, não só pra ele, mas inclusive deu sono em muita gente, ou pelo menos em um em especial, que não parava de bocejar após a sessão.

Em outro grupo de espectadores, havia alguém que certamente adorou a experiência. Era um rapaz, um jovem acompanhado de sua namorada. O desastre na tela havia feito com que eles ficassem ainda mais de chamego e cheios de dengo um com o outro. Nem se importaram com a vergonha que a plateia sentiu daquele príncipe que estava agindo e babando como um autêntico e irritante poodle. Ou com a princesa mais sem graça e de atuação tão apagada como a neve do seu nome. Houve até quem sentisse alergia dessa experiência, com ataques de rinite e crises de espirros. O incômodo foi tanto que o chefe do grupo precisou reunir todos e levá-los embora.

É possível que essa seja a verdadeira versão deste acontecimento. E fica o aviso sobre a maçã envenenada, pois quem contou tudo isso foi um simpático mocinho que até aquele dia nem era de falar muito, mas, depois desse acidente, passou a tagarelar tudo por aí.



Espelho, Espelho Meu 
(Mirror Mirror, de Tarsem Singh, EUA, 2012)
Com: Lily Collins, Julia Roberts, Nathan Lane, Armie Hammer, Mark Povinelli, Jordan Prentice, Danny Woodburn, Sebastian Saraceno, Ronald Lee Clark, Martin Klebba, Joey Gnoffo, Sean Bean, Robert Emms, Mare Winningham, Michael Lerner


21 novembro, 2011

Crítica: O Preço do Amanhã (In Time, 2011)

Em centenas de anos a frente, a humanidade conseguiu alterar seus genes para não mais envelhecerem depois de completarem 25 anos de vida. A partir daí, o cronômetro da morte é acionado. Um futuro onde todos são jovens, mas o tempo é a moeda de troca. Cada um traz consigo um relógio no braço, mostrando o tempo que ainda tem de vida. Os mais pobres vivem em uma contagem regressiva apertada. Os mais ricos podem viver milhares de anos. Por conta dessa desigualdade social, as cidades foram isoladas por pedágios caríssimos, custando de 2 a 10h de vida. Um fuso horário forçado, para que os sem grana não entrem em conflito com os trilhardários. Time is Money nunca fez tanto sentindo.

Quem já viveu 428 anos ainda tem vontade de viver mais? Quem só tem mais 10h de vida ainda vai querer tomar uma cerveja e pagar com 1h30? Se você tem apenas alguns segundos pela frente, é hora de correr desesperadamente, pode ser que encontre alguma boa alma pelo caminho, disposta a lhe dar a mão e passar aqueles preciosos minutos. A metáfora do diretor Andrew Niccol é realmente boa. Mas a impressão é de que houve um contentamento muito grande com a premissa e esqueceu-se de desenvolver o resto.

Há uma série de críticas direcionadas à sociedade egoísta e ao capitalismo. Tenta fazer pensar em questões como: do que adianta ter tempo a gastar, se não usufruir com coisas que realmente valham a pena. A avareza que prefere se manter na prisão a se arriscar vivendo por aí. Viva um dia de cada vez, carpe diem, "sou jovem, mas minha alma está velha para querer viver", "tenho muitos anos pela frente para me importar em ter pressa" e blablablá. A ideia tem o seu valor, mas se apequenou para ser um ensaio de peças soltas.

Will Sallas (Justin Timberlake) é a versão Robin Hood futurista. "Vamos ajudar os mais pobres, distribuir tempo a todos. Ohh, tenho só mais 30s de vida, mas posso dividir com você. Tome, pegue 28s, eu sou o protagonista, não irei morrer com meia hora de filme". Dizem que ele seguiu os passos do pai. Quem era o pai? Não sabemos. Mas todos comentam dele como se fosse um grande mosqueteiro. Sallas beira os 30 anos, e mesmo com o sistema implantado a séculos, só recentemente percebeu que a inflação era tática para que os pobres "dessem" seu tempo ao ricos. Não teve oportunidade de estudar sobre isso, nem sua mãe se atentou ao esquema, nem mesmo as facções rebeldes divulgaram algo. Perfeita conspiração?

Como nunca teve dinheiro, morou num gueto e era "do bem", provavelmente nunca tinha dirigido um carro. Mas isso não o impede de pilotar um conversível, costurando uma avenida ao fugir da polícia. E de marcha ré. Um talento nato, não? E talvez pelo pouco tempo de vida, entenda que não é preciso mais que alguns segundos com Sylvia (Amanda Seyfried) para logo se apaixonar. Quem tem tempo pra conhecer melhor, afinal de contas? É, o tempo encurtou as coisas. Inclusive as conversas. Aparentemente ninguém tem mais assunto, não falam sobre comidas, filmes, esportes, amenidades. Nada! O tema da conversa será sempre o tempo e as horas que tem a ganhar ou perder. Deve ser mesmo difícil viver 100 anos sem entretenimento.  Nisso o filme tenta cumprir o seu papel. 109 minutos procurando entreter, mas que para o espectador tem a  aparência de uns 300 ou 350.





O Preço do Amanhã 
(In Time, de Andrew Niccol, EUA, 2011)
Com: Justin Timberlake, Amanda Seyfried, Alex Pettyfer, Vincent Kartheiser, Johnny Galecki, Matt Bomer, Cillian Murphy, Olivia Wilde.

14 junho, 2011

Os Agentes do Destino


"Os Agentes do Destino" retrata a história de David Norris (Matt Damon), um jovem e promissor político em campanha para o senado. Antes de seu discurso sobre a derrota nas eleições, David encontra a bailarina Elise (Emily Blunt) por acaso no banheiro do auditório e logo se vê em um amor à primeira conversa-inteligente-instigante-e-descontraída. Mais uma obra do acaso e os dois se encontram em ônibus, o que vem a coroar a paixão e a confirmar em David que essa é realmente a mulher da sua vida. Para os céticos, mera desculpa cinematográfica para juntar um casal em uma trama. Para quem realmente acredita em destino, mera desculpa da vida para unir um casal. Para o filme, um grande descuido desses tais "agentes do destino", que não conseguiram evitar que o casal se encontrasse. 

Aqui, o destino realmente existe e é controlado por alguma organização "sobrenatural", na qual trabalham os agentes de terno e chapéu, que possuem a função de arrumar as coisas para direcionar o caminho das pessoas na vida. Você esqueceu a chave em casa, que fez com que se atrasasse para o trabalho e com isso escapou de um acidente de trânsito? Você teve um impulso de comer comida chinesa do outro lado da cidade e acabou conhecendo o seu melhor amigo ali? Ficou preso no elevador junto com aquele cara que lhe seria o seu futuro chefe? Tudo obra dos agentes do destino. 

Para que tudo dê certo, esses agentes podem encurtar os caminhos através das portas na cidade. Abriu uma porta na 5ª Avenida, saiu em uma porta de um depósito no subúrbio. Um universo paralelo de emaranhados atalhos só para quem possui o chapéu. Aliado a isso, os agentes ainda podem parar o tempo e apagar memórias. David seria o Neo dessa instigante Matrix, o ato falho nesse sistema.

A comparação é até desrespeitosa com a história dos Wachowski. A interessante premissa prefere subestimar a capacidade do espectador e adota respostas preguiçosas às questões abordadas na trama. Sabe-se que David e Elise não podem ficar juntos, mas que ele tentará fugir desses agentes para uma nova oportunidade com a moça. Já há um plano determinado para o jovem político e para a bailarina, mas separados um do outro. Sem sucesso e cheio de ameaças, David fica tempos longe de Elise, até receber a ajuda de um dos agentes, que por um motivo qualquer sentiu que devia ajudá-lo. A partir daí, a trama parte para aqueles até divertidos jogos de caça, mas aqui com o objetivo de tentar mostrar que o "amor poderá superar todos os obstáculos e blablablá".

Mas se o amor poderá superar tudo e o suposto amor deles é tão intenso, por que é tão perigoso manter os dois juntos? Ficamos com a resposta dos próprios agentes: simplesmente é. Qual o real plano que a moça possui, por que o moço de chapéu decide ajudá-lo, quantos desses agentes existem no mundo ou quem é a organização por trás desses agentes também são perguntas não respondidas. O espectador fica no nível mais baixo da história e sabe tanto quanto os personagens, que infelizmente nada sabem. Assim, embora possua um argumento com enorme potencial, advindo do conto The Adjustment Team (1954, de Philip K. Dick), "Os Agentes do Destino" assume uma postura covarde e feel good, voltado para aqueles que acreditam que os acontecimentos da vida são meras desculpas para que tudo dê certo no final.


Agentes do Destino (Adjustment Bureau, de George Nolfi, EUA, 2011) | 5,5
Com: Matt Damon, Emily Blunt, Anthony Mackie, John Slattery, Michael Kelly, Terence Stamp
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